Amigos, estranhos e amargos

Na nossa passagem aqui no planeta terra, temos a oportunidade de conhecer inúmeras pessoas, de diversas personalidades, algumas nos identificamos outras nem sempre, outras tantas menos ainda, só há um porem, de todos essas amizades mesmo sem perceber nós tiramos proveito, isso mesmo proveito para nossa aprendizagem, podendo ser no âmbito material ou espiritual, nós sempre vamos aprender com essas pessoas.

Uma amizade pode ser vista por diversos ângulos, como por exemplo as amizades imediatistas, são amizades que acontecem rápidas, mas, que rapidamente também se dissipam, tem as amizades por ocasiões adversas aos nossos interesses, que podem durar mais, e que mesmo assim não tem um tempo muito grande, embora permaneçam em nossa memória, isso porque as pessoas se conhecem em ocasiões de extremo pesar, e encontram nessa amizade um meio termo para escapar do sofrimento a que estão sendo forçados a passar, usam dessa amizade para externar os sentimentos que por força da situação os fizeram sofrer.

Esse tipo de amizade pode e muitas vezes deve acontecer, para que as pessoas possam naquele momento se apoiarem e ajudar-se mutuamente, deixando de lado o sofrimento pela perda, em troca de carinhos e amor, para preencher o vazio à que estão sendo forçados o conviver. É intrigante como isso acontece, na maioria das vezes sem o nosso consentimento, mas, em quase todas as vezes com nossa conivência, as pessoas se permitem a esse tipo de relacionamento tentando tapar com a peneira, o buraco negro que se abriu dentro do peito.

Tem as amizades por interesses, essas podem ser a curto olhar, muito proveitosas, pois nos traz um sentimento de que estamos nos realizando por conta dessa aproximação, estamos progredindo na vida profissional vamos dizer assim, dando essa como exemplo, e que depois de tudo consumado, poderemos dispensar e quem sabe talvez, conseguir uma outra para conquistarmos o nosso intento, que na maioria das vezes é de crescer, mesmo que esse crescimento venha com a derrocada de muitos, não nos preocupamos com isso, conquanto tenhamos vislumbrado algo muito importante para conquistar. Podemos dizer que essa é uma amizade puramente egoísta.

As pessoas tem uma facilidade muito grande de dizer fulano ou sicrano, isso não importa, no momento vale mais os interesses, “eu sou ou estou amigo de alguém”, que bonito isso! Vemos muito isso depois do advento das redes sociais, nossa! Eu tenho milhares de amigos nessa ou naquela comunidade, não querendo ser piegas, mas, já sendo, é muito triste que as pessoas ainda prendam-se a esses sentimentos baixos, onde o que vale é o eu e o meu, conheço algumas pessoas que abrem a boca para pronunciar dessa forma, eu tenho cinco mil amigos na comunidade.

Outro dia alguém publicou uma frase que dizia mais ou menos assim: “Às vezes nós ficamos à espera de um “oi”, como se isso fosse resolver nosso problema de solidão.”, isso mesmo, nós temos o prazer em ficar logados ou plugados numa determinada rede social à espera de um oi, como se estivéssemos garimpando pedras preciosas, mesmo sabendo que nesse garimpo na maioria das vezes vamos conseguir ouro de tolo, pedras semipreciosas ou só grãos de areia, agrupados como se fossem diversos amigos a se agarrarem, num frenético dilema de solidão.

Não quero dizer que ao advento das redes sociais é ruim para, o crescimento moral e espiritual das pessoas, pelo contrário, quando usadas com discernimento e sabedoria, estão ao nosso dispor para que possamos crescer, nos aprimorar em todos os sentidos, vai depender das nossas aptidões e nossos interesses pessoais, agora, francamente, o que vemos todos os dias são pessoas especulando sobre assuntos diversos e na maioria de pouco tino cultural, é como se as pessoas não tivessem coisas mais importantes para fazer ou mesmo para conversar ou teclar.

Nosso tempo aqui no globo terrestre é muito curto, temos que aproveitar melhor, cultivando melhores amizades, estimulando a boa leitura, a boa música, os bons filmes, para que com isso possamos melhorar nosso intelecto, nossa moral, e que possamos ao final do nosso tempo, dizer e mesmo deixar para as futuras gerações, exemplos de que fomos pessoas de bem. As crianças que estão chegando para habitar aqui na terra, estão vindo com uma inteligência muito apurada, com um grande conhecimento das ciências, se não prepararmos um ambiente sadio e sem maldades, eles podem com isso fracassar em suas missões.

Nós temos a obrigação de garimpar, filtrar e classificar nossas amizades, para que possamos junto com elas galgar degraus mais elevados nessa caminhada a que estamos sendo submetidos, nossas crianças precisam das nossas experiências e do nosso apoio material, moral e espiritual. Para que elas não sejam amigos, estranhos e amargos, para com nós mesmo, pois será isso que acontecerá se falharmos com a educação delas, ao partirmos para o outro lado, só ficará esse sentimento.

Nós vemos no dia a dia em muitos lares essa situação, onde as pessoas vieram juntas para aprenderem a se amar a perdoar umas às outras, mais que na verdade e por falta de amor, vemos muitas batalhas e lutas ferrenhas de espíritos inimigos, que vieram de outras experiências mal sucedidas, transformando o lar de um ambiente sagrado em ringues de lutas ferozes, disputas de pais, de irmãos, se tornando amigos, estranhos e amargos, onde o que foi programado e contratado por todos foi outra coisa, quando a espiritualidade maior permite que desafetos venha juntos em família é para que, juntos pudessem apagar e limpar as chagas do passado, uns apoiando os outros, numa fraternidade, esse o conceito de família.

“Conjunto de pessoas, em geral ligadas por laços de parentesco, que vivem sob o mesmo teto, particularmente o pai, a mãe e os filhos.”

Esse o objetivo das famílias, ficarem ligadas por laços de amor, onde o perdão sempre deverá ser o sentimento mais empregado, porque um não tem mais mérito que o outro, todos vieram cheios de manchas no perispírito, e estão precisados de aprenderem a amar a perdoar e lavarem as feridas uns dos outros, isso mesmo, vamos lutar juntos para acabar de vez com a ignorância à que fomos submetidos por falta de amor ao próximo, vamos olhar com carinho e boa vontade para os problemas do nosso próximo, só assim poderemos entender os porquês uns dos outros.

Vamos nos tornar amigos, conhecidos e amados.